quinta-feira, 22 de maio de 2025

Apego evitativo e Apego Desorganizado

 Apego evitativo



  • O Cuidador:

    Minimiza, ignora ou até pune os sinais emocionais da criança em momentos que a criança precisava da sua ajuda, desencorajando a expressão das suas necessidades e fazendo com que ela evite procurá-lo novamente no futuro ("É preciso chorar por causa disso?" "Continuas a chorar e vais ficar de castigo").

    O cuidador até pode estar presente, mas é uma presença muito baseada em tarefas, dependente de algumas condições, como por exemplo, só recebe o mínimo de atenção desde que se comporte "bem".

 

  • Características

    Na infância a criança...

    - parece uma criança muito autónoma e resolvida (às vezes precocemente);

   - pode ignorar ou evitar os pais, não mostrando preferência entre eles e desconhecidos, e pode parecer indiferente em momentos de necessidade;

    - evita a proximidade emocional e a dependência dos pais;

    - reprime as emoções e pode ter dificuldades em expressar vulnerabilidade;

    - dificuldade de expressão facial coerente com a vivência emocional;

    - pode ter dificuldade em confiar nos outros e desconfiar das intenções alheias;

  - pode se tornar defensiva quando abordada sobre os seus sentimentos ou relacionamentos;

      - pode ter dificuldades em formar vínculos emocionais profundos e duradouros. 

 

Em adulto:

    - muito independentes e autossuficientes (excessivamente);

    - tendência a se sobrecarregar com trabalho e sobrevalorizar a carreira;

    - dificuldade em reconhecer as suas próprias necessidades emocionais e pessoais;

    - recusam a aprofundar os relacionamentos por medo de se “prender” a alguém;

    - podem querer se relacionar profundamente com outras pessoas mas sentem um grande desconforto pelo medo de serem magoados;

    - têm grande dificuldade de expressar os seus sentimentos;

    - valorizam os bens materiais em detrimento dos relacionamentos;

    - procuram frequentemente o isolamento ou atividades mais solitárias (e assim se desligam da conexão com o outro...);

    - frequentemente há dificuldade no contacto visual;

    - tendência a ser mais analíticos;

    - soft skills habitualmente pouco desenvolvidas;

    - quando há qualquer mínimo desconforto nos relacionamentos, desconecta-se.

 


                                            Apego desorganizado


  • O Cuidador:

    Pode agir de forma incoerente, confusa e/ou assustadora. Pratica alguma forma de violência, recorre frequentemente à ameaça, impedindo a criança de construir uma base de segurança mínima. Há habitualmente um padrão inconsistente de cuidados, sendo os cuidadores fonte de medo.

 

  • Características

     Na infância a criança...

    - apresenta uma mistura confusa e contraditória de comportamentos, como evitação e busca por contacto do cuidador, porque há a necessidade de apego mas simultaneamente a criança está num funcionamento de sobrevivência onde precisa de se proteger pois aprendeu que não pode confiar no outro para que isso aconteça;

  - tende à desregulação emocional e comportamental, alternando entre explosões emocionais ou uma completa apatia;

    - pode exibir comportamentos de oposição, hostilidade ou agressão;

    - tem muita dificuldade nos processos de socialização e em confiar nas pessoas;

    -  costuma ter sentimentos de inferioridade, manifestados em comportamentos de timidez e medo (incluindo medo intenso de falhar);

     - sentem desconforto no contacto físico, particularmente com os adultos;

     - a tristeza, a indiferença e a irritação estão frequentemente expressas no seu rosto;

      - apresentam graves problemas de atenção e concentração;

    - oscila facilmente entre as características de apego evitativo e ansioso, de uma forma mais acentuada;

      - com frequência reúne critérios diagnósticos para perturbação de ansiedade, depressão e perturbação de comportamento e/ou conduta.

              

Em adultos:

(com maior ou menor expressividade)

    - frequentemente envolvem-se em comportamentos ou situações de alto risco;

    - frequentemente entram em relação abusivas (não conheceram outro padrão);

    - mudanças inesperadas de humor;

    - comportamento egoísta e controlador (numa busca por previsibilidade e segurança);

    - dificuldade em se conectar com relações saudáveis;

    - forte tendência à impulsividade, agressividade e conflitos;

    - esforço por se sentir seguro na relação com o/a parceiro/a amoroso/a, mesmo quando sabe que é alguém altamente confiável;

    - bloqueios de memória de períodos ou eventos importantes;

    - sente que vai sempre falhar ou é incapaz de resolver problemas.

 



 

 

 

 

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