- O Cuidador:
Minimiza, ignora ou até pune os sinais emocionais da criança em momentos que a criança precisava da sua ajuda, desencorajando a expressão das suas necessidades e fazendo com que ela evite procurá-lo novamente no futuro ("É preciso chorar por causa disso?" "Continuas a chorar e vais ficar de castigo").
O cuidador até
pode estar presente, mas é uma presença muito baseada em tarefas, dependente de
algumas condições, como por exemplo, só recebe o mínimo de atenção desde que se
comporte "bem".
- Características
Na infância a criança...
- parece uma criança muito
autónoma e resolvida (às vezes precocemente);
- pode ignorar ou evitar os pais, não
mostrando preferência entre eles e desconhecidos, e pode parecer indiferente em
momentos de necessidade;
- evita a proximidade emocional
e a dependência dos pais;
- reprime as emoções e pode ter
dificuldades em expressar vulnerabilidade;
- dificuldade de expressão facial
coerente com a vivência emocional;
- pode ter dificuldade em confiar nos outros e desconfiar das intenções alheias;
- pode se tornar defensiva quando abordada sobre os seus sentimentos ou relacionamentos;
- pode ter dificuldades em
formar vínculos emocionais profundos e duradouros.
Em adulto:
- muito
independentes e autossuficientes (excessivamente);
- tendência a se
sobrecarregar com trabalho e sobrevalorizar a carreira;
- dificuldade em
reconhecer as suas próprias necessidades emocionais e pessoais;
- recusam a
aprofundar os relacionamentos por medo de se “prender” a alguém;
- podem querer
se relacionar profundamente com outras pessoas mas sentem um grande desconforto
pelo medo de serem magoados;
- têm grande
dificuldade de expressar os seus sentimentos;
- valorizam os
bens materiais em detrimento dos relacionamentos;
- procuram
frequentemente o isolamento ou atividades mais solitárias (e assim se desligam da conexão com o outro...);
- frequentemente
há dificuldade no contacto visual;
- tendência a ser
mais analíticos;
- soft skills
habitualmente pouco desenvolvidas;
- quando há qualquer
mínimo desconforto nos relacionamentos, desconecta-se.
Apego desorganizado
- O Cuidador:
Pode agir de
forma incoerente, confusa e/ou assustadora. Pratica alguma forma de violência, recorre
frequentemente à ameaça, impedindo a criança de construir uma base de segurança
mínima. Há habitualmente um padrão inconsistente de cuidados, sendo os
cuidadores fonte de medo.
- Características
Na infância a criança...
- apresenta uma mistura confusa e
contraditória de comportamentos, como evitação e busca por contacto do cuidador,
porque há a necessidade de apego mas simultaneamente a criança está num
funcionamento de sobrevivência onde precisa de se proteger pois aprendeu que não
pode confiar no outro para que isso aconteça;
- tende à desregulação emocional e comportamental, alternando entre explosões emocionais ou uma completa apatia;
- pode exibir comportamentos de oposição, hostilidade ou agressão;
- tem muita dificuldade nos
processos de socialização e em confiar nas pessoas;
- costuma ter sentimentos
de inferioridade, manifestados em comportamentos de timidez e medo (incluindo medo
intenso de falhar);
- sentem desconforto no
contacto físico, particularmente com os adultos;
- a tristeza, a indiferença e a
irritação estão frequentemente expressas no seu rosto;
- apresentam graves problemas de
atenção e concentração;
- oscila facilmente entre as características
de apego evitativo e ansioso, de uma forma mais acentuada;
- com frequência reúne critérios
diagnósticos para perturbação de ansiedade, depressão e perturbação de
comportamento e/ou conduta.
Em adultos:
(com maior ou
menor expressividade)
- frequentemente envolvem-se em comportamentos ou situações de alto risco;
- frequentemente
entram em relação abusivas (não conheceram outro padrão);
- mudanças
inesperadas de humor;
- comportamento egoísta
e controlador (numa busca por previsibilidade e segurança);
- dificuldade em
se conectar com relações saudáveis;
- forte tendência
à impulsividade, agressividade e conflitos;
- esforço por se
sentir seguro na relação com o/a parceiro/a amoroso/a, mesmo quando sabe que é
alguém altamente confiável;
- bloqueios de
memória de períodos ou eventos importantes;
- sente que vai
sempre falhar ou é incapaz de resolver problemas.
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