O ser
humano quando nasce é totalmente dependente dos cuidadores! Daí vem a
necessidade de se vincular. Este vínculo aos cuidadores primários designa-se de
apego, constitui um imperativo biológico nos primeiros estágios de vida e marca
a saúde mental ao longo da vida.
Nesta interação
com os cuidadores, sobretudo nos primeiros 3 anos de vida, desencadeiam-se
vários processos e desenvolvem-se conexões entre os sistemas neurais, hormonais
e comportamentais.
🧠 Bases
neurais do Apego:
- sistema
límbico: centro das emoções, onde o hipocampo e a amígdala processam memórias
emocionais e respostas ao stress relacionadas ao apego;
- córtex
pré-frontal: responsável pela regulação emocional, atenção e concentração,
memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e tomada de decisões nos
relacionamentos;
- circuito de
recompensa: o sistema dopaminérgico cria sensações prazerosas durante
interações positivas com figuras de apego, reforçando os comportamentos de
busca por proximidade e cuidado.
🧠 Neurotransmissores
e hormonas:
- ocitocina:
facilita a vinculação e confiança;
- vasopressina:
contribui para comportamentos de apego, especialmente em vínculos afetivos de
longo prazo;
- cortisol:
hormona do stress, que se eleva durante a separação das figuras de apego;
- endorfinas:
geram a sensação de bem-estar durante o contacto com as figuras de apego.
Deste modo, a neurobiologia do apego vem confirmar
a profunda relação entre as experiências de apego, o funcionamento
cerebral e a saúde mental. Padrões de apego inseguros, podem ter
consequências negativas na saúde mental, como perturbação de ansiedade,
depressão e até dificuldades nos relacionamentos ao longo da vida, uma vez que
os apegos criados posteriormente (sejam amigos ou parceiros amorosos), reutilizam
o mecanismo básico estabelecido pelo vínculo inicial com os cuidadores
primários durante a infância.
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