De tempos a tempos, a maioria das crianças desafia os desejos dos pais. Isto faz parte do crescimento e do teste aos limites e expectativas dos adultos. É uma das formas das crianças aprenderem e descobrirem sobre si próprias, expressarem a sua individualidade e alcançarem um sentido de autonomia. À medida que experimentam as suas asas independentes e se envolvem em pequenos conflitos com os pais, descobrem os limites das regras parentais e do seu próprio autocontrolo.
No entanto, por vezes, estes conflitos são mais do que perturbações ocasionais e tornam-se num padrão de interação entre pais e filhos. A desobediência pode ter várias causas. Por vezes, deve-se a expectativas parentais irrealistas. Ou pode estar relacionada com o temperamento da criança, problemas escolares, stress familiar ou conflitos entre os pais.
O que os pais podem fazer
Quando tem uma criança cronicamente desobediente, examine as possíveis fontes da sua inquietação interior e rebeldia. Se este tem sido um padrão persistente que continuou até à idade escolar, avalie atentamente a sua situação familiar:
- Quanto respeito demonstram os membros da família uns pelos outros?
- Respeitam a privacidade, as ideias e os valores pessoais uns dos outros?
- Como é que a família resolve os seus conflitos?
- As divergências são resolvidas através de discussão racional, ou as pessoas discutem regularmente ou recorrem à violência?
- Qual é o seu estilo habitual de relacionamento com o seu filho, e que formas assume geralmente a disciplina?
- Qual a frequência de palmadas e gritos?
- Você e o seu filho têm personalidades e formas de estar no mundo muito diferentes que causam fricção entre vocês?
- O seu filho está a ter dificuldades em ter sucesso na escola ou em desenvolver amizades?
- A família está a passar por momentos particularmente stressantes?
Se o seu filho só recentemente começou a demonstrar falta de respeito e desobediência, diga-lhe que notou uma diferença no seu comportamento e que sente que ele está infeliz ou em dificuldades. Com a sua ajuda, tente determinar a causa específica da sua frustração ou perturbação. Este é o primeiro passo para o ajudar a mudar o seu comportamento.
A sua reação é importante
Se reagir às respostas do seu filho explodindo ou perdendo a calma, ele responderá com desobediência e falta de respeito. Pelo contrário, ele tornar-se-á mais obediente quando se mantiver calmo, cooperante e consistente. Ele aprenderá a ser respeitador se você for respeitador para com ele e os outros membros da família. Se ele se tornar desobediente e perder o controlo, imponha um tempo de pausa até que se acalme e recupere o autocontrolo.
Quando o seu filho é obediente e respeitador, elogie-o por esse comportamento. Recompense o comportamento que procura, incluindo a cooperação e a resolução de desacordos. Estes esforços positivos serão sempre muito mais bem-sucedidos do que a punição.
Quando procurar ajuda adicional
Para algumas crianças desobedientes, poderá ser necessário obter tratamento profissional de saúde mental - Psicologia Infantil numa primeira abordagem, acompanhada ou não de Pedopsiquiatria. Eis algumas situações em que o aconselhamento externo pode ser necessário:
- Se existir um padrão persistente e prolongado de desrespeito pela autoridade tanto na escola como em casa
- Se os padrões de desobediência continuarem apesar dos seus melhores esforços para encorajar o seu filho a comunicar os seus sentimentos negativos
- Se a desobediência e/ou falta de respeito de uma criança for acompanhada por agressividade e destruição
- Se uma criança mostrar sinais de infelicidade generalizada -- talvez falando em sentir- se em baixo, mal-amada, sem amigos ou até com pensamentos suicidas
- Se a sua família desenvolveu um padrão de resposta aos desacordos com abuso físico ou emocional
- Se você, o seu cônjuge ou filho usam álcool ou outras drogas para se sentirem melhor ou lidarem com o stress
- Se as relações dentro da sua família mostrarem sinais de dificuldade e falta de cooperação, então a terapia familiar pode estar indicada.
Ao lidar com e resolver estes problemas numa idade jovem, pode minimizar e até prevenir lutas mais sérias que possam surgir quando os seus filhos alcançarem a adolescência.
A chave é a identificação e o tratamento precoces!
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