sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Cigarros Eletrónicos e Vaping: O Perigo Escondido Atrás dos Sabores e do Vapor

O seu filho adolescente chegou a casa com um objeto que parece um pen drive colorido? Ou talvez tenha reparado num aroma adocicado a morango ou baunilha no quarto dele? Atenção: pode não ser um simples gadget tecnológico, mas sim um cigarro eletrónico - também conhecido como vapeNos últimos anos, assistimos a uma verdadeira epidemia silenciosa entre os jovens. Enquanto o tabagismo tradicional diminuía graças a décadas de campanhas de saúde pública, surgiu uma nova ameaça disfarçada de modernidade e "segurança": os dispositivos eletrónicos para fumar. Com design apelativo, sabores doces e uma falsa promessa de serem "menos perigosos", estes aparelhos conquistaram milhões de adolescentes em todo o mundo.

Os números são alarmantes: nos Estados Unidos, apesar de uma redução recente, ainda cerca de 5,9% dos estudantes do ensino básico e secundário usaram cigarros eletrónicos em 2024 - o que representa aproximadamente 1,6 milhões de jovens. No Brasil, um em cada nove adolescentes já experimenta estes dispositivos, sendo o uso cinco vezes superior ao do cigarro tradicional.

O mais preocupante? A maioria dos pais não sabe identificar estes aparelhos, que podem ter o formato de canetas, pen drives, ou até relógios. E muitos jovens nem sequer se consideram "fumadores", ignorando completamente os riscos que correm.

O Que São os Cigarros Eletrónicos?

Os cigarros eletrónicos, conhecidos também como vapes, pods ou DEF (Dispositivos Eletrónicos para Fumar), são aparelhos alimentados por bateria que aquecem uma solução líquida - o chamado e-líquido ou juice - produzindo um vapor ou aerossol que é inalado.

Composição do e-líquido:

  • Nicotina (em concentrações variáveis, muitas vezes superiores às do cigarro tradicional) 
  • Propilenoglicol ou glicerina vegetal
  • Aromatizantes e saborizantes (morango, manga, menta, chocolate, etc.)
  • Substâncias químicas potencialmente tóxicas

A grande diferença do cigarro tradicional: Enquanto quem fuma um maço de cigarros dá cerca de 200-250 inalações por dia, um utilizador de vape pode dar entre 500 a 1500. Além disso, os cigarros convencionais têm um limite de 1 mg de nicotina por unidade no Brasil, mas os vapes podem conter até 57 mg de nicotina por ml de líquido.

Os Riscos para a Saúde dos Jovens

1. Dependência de Nicotina

A nicotina é uma substância altamente viciante que chega ao cérebro em apenas 6 a 10 segundos após a inalação. Nos adolescentes, cujo cérebro ainda está em desenvolvimento até cerca dos 25 anos, a nicotina causa alterações permanentes no sistema nervoso central, afetando:
  1. Memória e concentração
  2. Controlo dos impulsos
  3. Humor e comportamento
  4. Risco aumentado de dependência futura de outras substâncias

2. Doenças Pulmonares Graves

EVALI (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrónico): Esta doença grave surgiu em 2019 nos Estados Unidos, afetando principalmente jovens. Os sintomas incluem:

  • Tosse persistente Falta de ar
  • Dor torácica
  • Febre e calafrios
  • Náuseas, vómitos e diarreia
  • Pneumonia grave que pode evoluir rapidamente

"Pulmão de Pipoca" (Bronquiolite Obliterante): Alguns líquidos contêm diacetil e outras substâncias que, quando inaladas, causam inflamação e cicatrizes irreversíveis nos brônquios mais pequenos, levando a dificuldade respiratória permanente.

Outras complicações respiratórias:

  • Bronquite crónica Asma
  • Enfisema pulmonar Pneumonia

3. Risco Cardiovascular

A nicotina e outras substâncias presentes no vapor aumentam:

  1. Frequência cardíaca
  2. Pressão arterial
  3. Risco de arritmias
  4. Risco de enfarte do miocárdio (mesmo em jovens)

4. Risco de Cancro

Os e-líquidos contêm substâncias cancerígenas como:

  • Formaldeído
  • Acetaldeído
  • Acroleína
  • Metais pesados (chumbo, cádmio, urânio)
  • Nitrosaminas

Estudos já associam o uso de vapes a maior risco de cancro de pulmão, bexiga, esófago e estômago.

5. Porta de Entrada para o Tabagismo Tradicional

Contrariamente ao que muitos pensam, os cigarros eletrónicos não ajudam a parar de fumar. Na verdade, adolescentes que começam com vapes têm quatro vezes mais probabilidade de iniciarem o consumo de cigarros tradicionais.

Como os Pais Podem Identificar o Uso?

Sinais Físicos:

  • Tosse persistente sem causa aparente 
  • Falta de ar ou dificuldade respiratória 
  • Rouquidão
  • Sangramento nasal frequente
  • Feridas ou irritação na boca 
  • Aumento da sede Hemorragias nasais

Sinais Comportamentais:

  • Necessidade frequente de carregar dispositivos eletrónicos estranhos
  • Aromas adocicados (morango, baunilha, manga) em roupas, cabelo ou quarto 
  • Aumento de gastos inexplicáveis
  • Comportamento mais reservado ou isolamento
  • Irritabilidade ou mudanças de humor (sintomas de abstinência)
  • Procura frequente de privacidade (especialmente na casa de banho)

Objetos Suspeitos:

  • Aparelhos que parecem pen drives, canetas, relógios ou outros gadgets 
  • Pequenos frascos de líquidos coloridos
  • Embalagens com designs atrativos e cores vivas
  • Baterias e carregadores USB pequenos

Dicas Práticas para Pais: Prevenção e Intervenção

1. Comunique Abertamente

  • Converse sobre o tema antes que surjam suspeitas
  • Explique os riscos de forma clara e baseada em factos
  • Evite abordagens alarmistas ou punitivas que fechem o diálogo
  • Partilhe histórias reais de jovens afetados
  • Mostre que compreende a pressão dos pares, mas reforce que a saúde vem primeiro

2. Esteja Atento às Redes Sociais

  • Os vapes são promovidos intensamente no TikTok, Instagram e YouTube
  • Influencers promovem estes produtos como "modernos" e "seguros"
  • Converse sobre publicidade enganosa e marketing dirigido a jovens
  • Supervisione (sem invadir a privacidade) o conteúdo que o seu filho consome online

3. Dê o Exemplo

  • Se fuma (cigarro tradicional ou eletrónico), considere parar 
  • Mostre alternativas saudáveis para gerir o stress
  • Seja coerente entre o que diz e o que faz

4. Conheça os Amigos do Seu Filho

  • Mantenha contacto com outros pais
  • Organize atividades em grupo que permitam conhecer as amizades 
  • Esteja atento a mudanças no círculo social

5. Procure Ajuda Profissional

Se suspeita que o seu filho usa vapes, não hesite em consultar o pediatra Programas de cessação tabágica também funcionam para cigarros eletrónicos O apoio psicológico pode ser fundamental para compreender as motivações Em caso de sintomas respiratórios, procure avaliação médica urgente

6. Estabeleça Regras Claras

  • Defina consequências claras e consistentes
  • Reforce comportamentos positivos
  • Mantenha uma presença interessada mas não invasiva

7. Promova Atividades Saudáveis

  • Incentive desporto e atividades físicas
  • Apoie hobbies e interesses
  • Fortaleça a autoestima através de conquistas reais 
  • Crie momentos de lazer familiar

Contexto Legal em Portugal e no Mundo

Em Portugal: A venda de cigarros eletrónicos com nicotina é regulamentada, sendo proibida a venda a menores de 18 anos. No entanto, a fiscalização é difícil, especialmente com as vendas online.

No Brasil: A ANVISA proíbe a comercialização, importação e propaganda de todos os dispositivos eletrónicos para fumar desde 2009. Contudo, o uso pessoal não é banido, e o acesso através da internet ou comércio informal continua facilitado.

Nos Estados Unidos: Após uma epidemia de uso juvenil que atingiu 27,5% dos adolescentes em 2019, a FDA (Food and Drug Administration) implementou regulamentação rigorosa, conseguindo reduzir o consumo para 5,9% em 2024. A marca Elf Bar, por exemplo, viu a sua popularidade cair 36% após advertências às lojas.

Conclusão

Os cigarros eletrónicos não são a alternativa "segura" que a indústria promete. São, na verdade, uma nova estratégia para viciar uma nova geração em nicotina, disfarçada de tecnologia moderna e sabores apelativos.

Como pais e cuidadores, temos a responsabilidade de:

  1. Informar os nossos jovens sobre os riscos reais 
  2. Estar atentos aos sinais de uso
  3. Dialogar abertamente sem julgamento 
  4. Procurar ajuda quando necessário

Dar o exemplo de escolhas saudáveis

Lembre-se: não existe nível seguro de consumo de nicotina para crianças e adolescentes. O cérebro jovem é particularmente vulnerável aos efeitos desta substância, e as consequências podem ser permanentes. O vapor pode parecer inofensivo, mas os danos são muito reais. Proteja os seus filhos através da informação, do diálogo e da vigilância atenta mas respeitosa.

Participe!

E você, já conversou com os seus filhos sobre os riscos dos cigarros eletrónicos?

Partilhe connosco a sua experiência nos comentários:

  • Já encontrou um vape entre os pertences do seu filho? Como abordou o tema?
  • Que dificuldades enfrentou?
  • Que estratégias funcionaram?

A sua história pode ajudar outras famílias!

Tem dúvidas sobre este tema? Deixe a sua questão nos comentários. A equipa da Clínica Pediátrica Coronado está aqui para ajudar.


Referências e Fontes

  1. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Electronic cigarette use among adults in the United States, 2019–2023. NCHS Data Brief, no 524. Janeiro 2025.

  2. Food and Drug Administration (FDA). National Youth Tobacco Survey 2024. Estados Unidos, 2024.

  3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Alertas sobre EVALI - Doença Pulmonar Associada ao Uso de

    Dispositivos Eletrónicos para Fumar.

  4. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Posicionamento sobre cigarros eletrónicos.

  5. Organização Mundial de Saúde (OMS). Relatório sobre dispositivos eletrónicos para fumar, 2024.

  6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução sobre proibição de dispositivos eletrónicos para fumar no Brasil,

    2009.

  7. Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD 3). Dados sobre uso de cigarro eletrónico entre adolescentes

    brasileiros, 2022-2024.

  8. Tobacco Control Journal. Estudo sobre exposição a metais tóxicos em adolescentes usuários de vapes, 2024. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

PHDA - Dentro de um Coração Inquieto

 PHDA - Dentro de um Coração Inquieto




      Uma criança com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) enfrenta diariamente desafios invisíveis aos olhos de muitos. Entre a agitação interior e a constante luta pela concentração, carrega o peso de um mundo que nem sempre entende a sua forma única de estar e sentir. Enquanto os outros exigem silêncio, foco e autocontrolo, ela trava uma batalha silenciosa contra impulsos que não escolhe ter. Cada tarefa simples pode transformar-se num obstáculo, e cada crítica deixa uma marca na sua frágil autoestima. "Só não consegues porque não queres" - afirmam repetitivamente. E é verdade muitas vezes. Só quem conhece e compreende bem a PHDA sabe da extrema dificuldade em iniciar ou manter-se numa tarefa sem motivação alguma...chamem a dopamina por favor!!! Questões de ordem neurológica infelizmente confundem-se com personalidade, com "malandrice...". 


        Na escola, o esforço é duplo: tentar acompanhar o ritmo dos colegas enquanto lida com o excesso de atenção a todos os estímulos à sua volta, a impaciência e a dificuldade em permanecer quieta. Ao ser repreendida por comportamentos que não consegue controlar, sente-se diferente, isolada e, muitas vezes, injustiçada. A frustração por não corresponder às expectativas transforma-se em tristeza e num sentimento de inadequação que a faz duvidar do seu próprio valor. 


        Em casa, os dias oscilam entre tentativas de foco e desânimo. Cada crítica, mesmo que bem-intencionada, reforça a sensação de ser “demais”, “difícil” ou “irresponsável”. Ainda assim, e às vezes com o seu tão frequente olhar vazio, essa criança continua a tentar — uma e outra vez — moldar-se a um mundo que parece exigir-lhe o impossível. Dentro dela há uma força que resiste: a vontade de provar que é capaz, apesar das suas diferenças. Quanta resiliência!!!! 


        No fundo, o que a criança com PHDA mais precisa não é de reprovações, mas de compreensão e apoio. Precisa que vejam o seu esforço e reconheçam que cada pequeno progresso é fruto de uma imensa coragem. Precisam que alguém as ajude com o "sistema de travões" quando a impulsividade domina ou redirecione o seu "GPS" já que tantas vezes se perdem no decorrer das atividades diárias. Precisam de um parceiro de responsabilidades, isto é, alguém que atua como um guia externo para as funções executivas (planeamento, organização, autocontrolo) que são mais frágeis numa criança com PHDA. Esta parceria não só ajuda na conclusão de tarefas, mas também ensina à criança, de forma gradual e consistente, as competências de que necessita para se tornar mais independente e confiante. 

            Por trás de cada impulso, há um coração que apenas quer ser aceite e amado! 

Um apelo a todos os pais e professores que acompanham estas crianças: 

não os deixem sós com as suas lutas! 

Pode demorar e ser exigente, mas o retorno virá e não raras vezes até na idade adulta surge o reconhecimento de um adulto que acreditou e manteve-se firme, sem nunca questionar ou duvidar do valor daquela criança! Ela é muito mais que os seus desafios, mostrem-lhe isso e sobretudo e sem hesitação, reforcem as suas qualidades e talentos naturais, os seus interesses!!! Quando os descobrem e decidem seguir esse caminho ... são imparáveis, apaixonados e intensamente dedicados! Facilmente se tornarão os melhores dos melhores!!!

domingo, 5 de outubro de 2025

BRONQUIOLITE: O QUE OS PAIS PRECISAM DE SABER

 A bronquiolite é uma das principais causas de hospitalização em bebés durante o outono e inverno. Conhecer os sinais e saber como agir pode fazer toda a diferença para ajudar o vosso filho a recuperar bem.

O que é a Bronquiolite?

É uma infeção viral que afeta os bronquíolos (pequenos canais de ar nos pulmões), causando inflamação, inchaço e acumulação de muco que dificultam a respiração, especialmente nos mais pequenos.

Principal agente:

Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em 70-80% dos casos. Outros agentes: rinovírus, adenovírus, vírus da gripe.

Maior risco:

Bebés com menos de 6 meses
Prematuros
Doenças cardíacas ou pulmonares crónicas
Sistema imunitário enfraquecido

Exposição ao fumo do tabaco

Como reconhecer a Bronquiolite?

Começa como uma constipação e evolui em 2-3 dias:

Sintomas iniciais:

Corrimento nasal, tosse ligeira, febre baixa (nem sempre) 

Evolução (dias 3-5):

Tosse frequente e intensa
Respiração rápida e superficial
Pieira (som agudo tipo 'assobio')
Tiragem (afundamento do peito entre costelas)
Dificuldade em mamar/comer
Irritabilidade e sono agitado

Sinais de alarme - Procurar urgência:

Lábios ou unhas azulados
Pausas respiratórias (apneia)
Recusa alimentar
Sonolência excessiva
Respiração muito rápida (>60/minuto no bebé)
Gemido ao respirar

Desidratação: boca seca, sem lágrimas, <4 fraldas molhadas/dia

Diagnóstico e Tratamento

Diagnóstico:

Essencialmente clínico (história e observação). Casos graves podem necessitar radiografia, teste viral ou oximetria.

Tratamento de suporte (antibióticos NÃO funcionam):

Em casa:

Hidratação frequente
Cabeça elevada 30o
Ambiente húmido
Limpeza nasal com soro antes de comer/dormir
Refeições pequenas e frequentes

Repouso

No hospital (casos graves):

Oxigénio suplementar
Hidratação endovenosa
Monitorização contínua

Aspiração de secreções

Não fazer:

Medicamentos para tosse sem indicação médica
Vaporizações não recomendadas
Fumar perto da criança

Suspender amamentação

Prevenção: como proteger o seu bebé?

Medidas gerais:

Lavagem de mãos
Evitar multidões no inverno
Ambiente sem fumo
Amamentação
Limpeza de brinquedos

Evitar contacto com doentes


VACINAÇÃO ANTI-VSR: A GRANDE NOVIDADE!

Desde 2024, Portugal dispõe do nirsevimab (Beyfortus®), anticorpo monoclonal que oferece proteção durante toda a época VSR.

Não é vacina tradicional, mas anticorpo que confere imunidade passiva imediata e prolongada.

A quem se destina:

Todos os RN e lactentes no 1o ano

Até 24 meses com fatores de risco

Quando:

Nascidos outubro-março: logo após nascimento
Nascidos fora época: antes início circulação vírus

Dose única

Eficácia comprovada:

70-80% redução hospitalizações
75% redução formas graves

Proteção ~5 meses (época completa)

No PNV desde setembro 2024 - GRATUITA!

Evolução habitual

Dias 1-3: início, tipo constipação

Dias 3-5: pico sintomas respiratórios
Dias 5-7: melhoria gradual

Semanas 2-4: resolução (tosse pode persistir)

2-3% necessitam internamento, especialmente <3 meses.

Cuidar em Casa - Dicas Práticas

Hidratação:

Líquidos frequentes (leite materno/fórmula/água). Mamadas mais curtas e frequentes se necessário.

Alimentação:

Pequenas refeições, não forçar, privilegiar líquidos se difícil comer sólidos.

Respiração:

Lavar nariz com soro antes refeições/sono, elevar cabeceira, ar húmido, evitar fumo/irritantes.

Monitorizar:

Frequência respiratória, cor lábios, fraldas molhadas, estado alerta.

Febre:

Paracetamol se desconforto (sob orientação), não agasalhar demais.

Bronquiolite vs. Asma

São condições diferentes que importa distinguir:

Bronquiolite:

É o primeiro episódio de doença respiratória com pieira, sibilância e dificuldade respiratória na infância, provocado por infeção viral. Antes da vacina anti-VSR, era causada maioritariamente pelo Vírus Sincicial Respiratório. Trata-se de um episódio agudo que, na maioria dos casos, não se repete.

Asma infantil:

Refere-se a episódios recorrentes de tosse, sibilância/pieira e dificuldade respiratória, de qualquer causa. O diagnóstico de asma pressupõe pelo menos 3 episódios em 12 meses. É uma doença crónica inflamatória das vias aéreas que requer acompanhamento e tratamento específico.

Relação entre ambas:

Alguns bebés que tiveram bronquiolite podem desenvolver episódios recorrentes de pieira posteriormente. Uma percentagem destes evolui para asma, mas a maioria não.

O acompanhamento pediátrico regular permite identificar precocemente quem beneficia de vigilância mais apertada e tratamento específico.

Conclusão

A bronquiolite é comum e a maioria das crianças supera sem complicações. O essencial é reconhecer os sinais precocemente, saber quando procurar ajuda médica, manter a calma e cuidar com amor.

O nirsevimab representa um avanço significativo na proteção dos bebés contra formas graves de bronquiolite. Fale com o pediatra sobre esta e outras formas de manter o vosso filho saudável.

Partilhem:


JÁ VIVERAM UMA SITUAÇÃO DE BRONQUIOLITE? TÊM DÚVIDAS SOBRE A VACINA ANTI-VSR? OS VOSSOS COMENTÁRIOS AJUDAM-NOS A CRIAR CONTEÚDOS ÚTEIS PARA TODA A COMUNIDADE.



Referências

Direção-Geral da Saúde - Orientações Bronquiolite Sociedade Portuguesa de Pediatria
American Academy of Pediatrics - Clinical Practice Guideline Programa Nacional de Vacinação 2024 

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