domingo, 15 de dezembro de 2024

Desta vez... é a Diarreia!

A diarreia é um problema comum na infância, caracterizada pelo aparecimento de fezes aquosas/amolecidas e/ou com maior frequência do que o habitual. 

Embora possa preocupar, na maioria dos casos, a diarreia é benigna e tem resolução espontânea. 

No entanto, é importante saber como identificar a diarreia, suas causas e quando procurar ajuda médica.

O que é a diarreia?

A diarreia ocorre quando as fezes são mais líquidas do que o normal e/ou surgem com maior frequência que o habitual. Pode ter diversas causas como infeções virais, bacterianas ou parasitárias, além de outros problemas de saúde.

Diarreia Aguda vs. Crónica: Qual a diferença?
  • Diarreia Aguda: Tem início súbito e dura poucos dias, geralmente até 2 semanas. É a forma mais comum em crianças e, na maioria das vezes, é causada por vírus (gastroenterite aguda de causa vírica).
  • Diarreia Crónica: Dura mais de duas semanas. Pode ter diversas causas, como alergias alimentares, intolerâncias, doenças inflamatórias intestinais e outras.
Principais Causas da Diarreia Aguda

As causas mais comuns da diarreia aguda são infeciosas e geralmente autolimitadas:
  • Vírus: Rotavírus, Norovirus, Adenovírus. São os principais causadores de diarreia aguda em crianças.
  • Bactérias: Salmonella, Shigella, Campylobacter, Escherichia coli. A contaminação de alimentos ou água é a principal forma de transmissão. Causam diarreia sanguinolenta e febre elevada.
  • Parasitas: Giardia, Cryptosporidium. São menos comuns, mas podem causar diarreia aguda ou crónica.
  • Intoxicação alimentar: Ingestão de alimentos contaminados por toxinas bacterianas.
Principais Causas da Diarreia Crónica

As causas da diarreia crónica são mais variadas e podem exigir uma investigação mais aprofundada:
  • Intolerâncias alimentares: Lactose, frutose, celíaca.
  • Doenças inflamatórias intestinais: Doença de Chron, colite ulcerosa.
  • Síndrome do intestino irritável: Uma disfunção do intestino que causa dor abdominal e alterações no hábito intestinal.
  • Infeções crónicas: Parasitas, bactérias resistentes.
  • Medicamentos: Alguns medicamentos podem causar diarreia como efeito colateral (antibióticos, p.ex.)
Como gerir a diarreia em casa?
  • Hidratação: É fundamental repor os líquidos perdidos através de soros de reidratação oral (SRO).
  • Uso de Probióticos.
  • Dieta: Oferecer uma dieta leve, com alimentos fáceis de digerir, como arroz, banana e maçã cozida. Evitar alimentos gordurosos, produtos com lactose e alimentos ricos em fibra.
  • Repouso: Deixar a criança descansar.
  • Higiene: Lavar bem as mãos com água e sabão após ir ao banheiro e antes das refeições.
Quando Procurar Ajuda Médica?
  • Sinais de desidratação: boca seca, olhos fundos, 
  • Pouca urina, choro sem lágrimas.
  • Febre elevada e difícil de baixar.
  • Sangue nas fezes.
  • Vômitos persistentes.
  • Diarreia intensa e prolongada.
  • Dor abdominal intensa.
  • Diarreia Crónica: avaliar sempre!
Diarreia Crónica: A Importância da Avaliação Médica

A diarreia crónica exige uma avaliação médica completa para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado. O médico pode solicitar exames como:
  • Exame de fezes: para identificar a presença de sangue, parasitas, vírus ou bactérias.
  • Exames de sangue: para avaliar a função renal, hepática e identificar marcadores inflamatórios, despiste de alergias alimentares e de doença celíaca.
  • Endoscopia alta e/ou baixa: para visualizar o interior do estomago, duodeno, reto e cólon, coletar amostras para análise.
Tratamento da Diarreia

O tratamento da diarreia depende da causa. Na diarreia aguda, o foco é na reidratação e no alívio dos sintomas. Na diarreia crónica, o tratamento é direcionado à causa subjacente.

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 - É importante referir que este texto tem caráter informativo e não substitui a avaliação médica - 




domingo, 1 de dezembro de 2024

Uso de Ecrãs em Crianças: - Compreender os Riscos e Encontrar o Equilíbrio

Nos últimos anos, a presença de dispositivos tecnológicos no cotidiano infantil tem aumentado exponencialmente, trazendo consigo desafios significativos para o desenvolvimento saudável das crianças. Compreender o impacto dos ecrãs requer uma análise cuidadosa dos seus benefícios e riscos.




Riscos do Uso Excessivo de Ecrãs

A exposição prolongada e descontrolada a dispositivos eletrónicos pode comprometer diversos aspetos cruciais do desenvolvimento infantil:

- Desenvolvimento Cognitivo e Linguístico

• Atraso na aquisição da linguagem

• Vocabulário mais restrito

• Dificuldades na compreensão verbal

• Menor capacidade narrativa


- Desenvolvimento Social e Emocional

• Redução das interações presenciais

• Maior risco de comportamentos de hiperatividade

• Potencial aumento de quadros de ansiedade e depressão

• Dificuldades em gerir momentos de tédio e frustração


- Saúde Física

• Sedentarismo

• Limitação do desenvolvimento motor

• Fadiga ocular

• Perturbações do ciclo sono-vigília

• Potencial aumento do risco de obesidade


Uso Razoável e Recomendações

Especialistas, como a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, recomendam abordagens específicas por faixa etária:

0-3 Anos

• Evitar completamente, exceto videochamadas

• Máximo 30 minutos de televisão diária, com supervisão parental

• Interação ativa e presencial como prioridade


4-6 Anos

• Limitar a 30 minutos diários

• Conteúdos educativos e supervisionados

• Contextualização dos conteúdos pelo adulto


7-15 Anos

• Até 1-2 horas diárias

• Controlo parental de conteúdos

• Manutenção de atividades físicas e sociais


Estratégias Práticas para Pais

1. Estabelecer limites claros e consistentes

2. Ser modelo de uso equilibrado de tecnologia

3. Promover atividades alternativas:

    o Brincadeiras tradicionais

    o Leitura

    o Jogos interativos presenciais

    o Atividade física

4. Supervisionar e interagir com conteúdos digitais

5. Criar zonas e momentos livres de ecrãs (refeições, quartos, antes de dormir)


Benefícios Potenciais

Quando usado moderadamente, o mundo digital pode oferecer:

• Ferramentas educativas interativas

• Desenvolvimento de competências tecnológicas

• Conexão com familiares à distância

• Apoio em algumas condições de neurodesenvolvimento


Conclusão

A chave está no equilíbrio. As tecnologias não devem substituir, mas complementar o desenvolvimento infantil. A supervisão parental atenta, o diálogo aberto e a promoção de experiências online são fundamentais para uma relação saudável com o mundo digital.

"Ecrãs? SIM, mas com a atitude certa!"

Vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Ótima novidade no PNV.

    O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um agente frequente de infeção respiratória em crianças, especialmente durante o outono e inverno. Embora geralmente cause sintomas leves, pode levar a doenças graves como bronquiolite e pneumonia em bebés, prematuros e crianças com certas condições médicas. [1-3]

  Para combater o VSR, Portugal implementou um programa de imunização sazonal utilizando o anticorpo monoclonal nirsevimab (Beyfortus®). [4, 5] Este anticorpo de longa duração previne doenças graves do trato respiratório inferior causadas pelo VSR. [4, 6]

Para que grupos é gratuita e recomendada?

• Grupo A: Todas as crianças nascidas entre 1 de agosto de 2024 e 31 de março de 2025. [7]

• Grupo B: Todas as crianças prematuras com idade gestacional até 33 semanas + 6 dias, nascidas entre 1 de janeiro e 31 de julho de 2024. [7]

• Grupo C: Crianças com menos de 2 anos (até 30 de setembro de 2024) que apresentam outros fatores de risco para infeção grave por VSR, como doenças cardíacas, pulmonares, neuromusculares ou imunossupressão. [8]

  A imunização ocorre durante a época sazonal do VSR, entre 1 de outubro de 2024 e 31 de março de 2025. [9] A administração do nirsevimab é feita por via intramuscular. A dose varia de acordo com o peso da criança: 50 mg para crianças com menos de 5 kg e 100 mg para crianças com 5 kg ou mais. [10]

O nirsevimab pode ser administrado ao mesmo tempo que outras vacinas pediátricas de rotina. [11, 12] No entanto, deve ser administrado com uma seringa separada e num local de injeção diferente. [12, 13]

  A proteção conferida pelo nirsevimab dura pelo menos 5 meses. [14]

Efeitos secundários

  O nirsevimab geralmente é bem tolerado. A reação adversa mais frequente é erupção cutânea ligeira a moderada. [15] Também pode ocorrer febre e reações no local da injeção. [15]

  É importante lembrar que a vacinação contra o VSR não substitui as medidas gerais de prevenção, como a lavagem frequente das mãos e a etiqueta respiratória. [16]


(resumo do documento da DGS realizado em Setembro de 2024; não substitui aconselhamento médico)


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O luto na infância - como lidar de forma consciente

A parentalidade consciente convida-nos a estar verdadeiramente presentes e acolher as emoções das crianças com empatia e autenticidade. No l...