Os andarilhos infantis, também chamados de "voadores" ou "aranhas", são dispositivos com rodas que ajudam os bebés a moverem-se sozinhos, empurrando-se com os pés enquanto estão sentados. Apesar de parecerem seguros e úteis, na verdade, representam muitos perigos para os bebés e preocupam os profissionais de saúde. Os riscos são bem maiores do que os possíveis benefícios. Estes dispositivos são frequentemente promovidos como uma forma de entretenimento para os bebés, mas os pais devem estar atentos às suas verdadeiras implicações.
Em Portugal, cerca de 650 crianças por ano sofrem acidentes graves relacionados com andarilhos e precisam de cuidados hospitalares (Fonte: Direção-Geral da Saúde, 2023). Estes dados mostram como é importante alertar os pais sobre os perigos deste dispositivo. Os acidentes variam desde lesões leves até ferimentos graves, como traumatismos cranianos, que podem ter consequências duradouras na saúde e no desenvolvimento das crianças.
Além disso, a elevada incidência de acidentes em países como Portugal reflete um padrão global. Estudos internacionais apontam que milhares de crianças sofrem anualmente com as consequências do uso inadequado desses dispositivos, destacando a necessidade de regulamentações mais rigorosas ou mesmo a proibição do seu uso.
- Quedas: Como o andarilho permite que o bebé se mova rápido, há mais chances de ele cair de escadas, desníveis ou pisos irregulares, podendo sofrer lesões graves. Estes acidentes podem incluir fraturas, ferimentos na cabeça e outros danos significativos que exigem atenção médica imediata.
- Acesso a Perigos: Com o andarilho, os bebés alcançam objetos perigosos, como tomadas, produtos de limpeza ou utensílios cortantes, aumentando o risco de acidentes como intoxicação ou cortes. Além disso, podem ter acesso a superfícies quentes, como fornos e fogões, resultando em queimaduras graves.
Impacto Negativo no Desenvolvimento Motor
Ao contrário do que muita gente pensa, os andarilhos não ajudam os bebés a aprender a andar mais rápido. Isso acontece porque os pais têm a sensação de que o bebé está mais confiante, mas na verdade ele não está a desenvolver os músculos e o equilíbrio necessários para andar sozinho. Além disso, usar andarilhos pode atrasar o processo de andar e levar a posturas erradas, como andar nas pontas dos pés, o que prejudica o desenvolvimento motor.
Outro problema significativo é que os andarilhos reduzem o tempo que o bebé passa no chão, onde poderia estar a explorar livremente, gatinhar e fortalecer os músculos das pernas e do tronco. A falta dessas experiências naturais pode atrasar marcos importantes do desenvolvimento, como ficar de pé sem apoio e dar os primeiros passos de forma independente.
Organizações como a American Academy of Pediatrics (AAP) e a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) são contra o uso de andarilhos. Elas apontam os riscos de acidentes graves e atrasos no desenvolvimento motor. Por exemplo, o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil alerta: "Os andarilhos provocam muitos acidentes: quedas, entalões, queimaduras, pancadas na cabeça, e não ajudam a andar, pelo contrário, podem atrasar".
Além disso, em alguns países, como o Canadá, os andarilhos foram banidos devido à quantidade alarmante de acidentes. Estas medidas mostram um esforço global para proteger as crianças de dispositivos potencialmente perigosos, incentivando alternativas mais seguras.
Em vez de andarilhos, existem opções seguras e saudáveis para ajudar no desenvolvimento motor dos bebés:
- Tapetes de Atividades: Dão ao bebé um espaço para brincar em segurança, fortalecer os músculos e desenvolver a coordenação motora enquanto explora texturas e objetos. Estes tapetes incentivam o bebé a rolar, gatinhar e explorar o ambiente ao seu ritmo.
- Parques Infantis: Espaços seguros onde os bebés podem gatinhar, brincar e aprender a ficar de pé, fortalecendo as pernas e o equilíbrio. Estes parques também promovem a interação com brinquedos educativos, estimulando habilidades cognitivas e sociais.
- Centros de Atividades Estacionários: Mantêm o bebé seguro enquanto ele interage com brinquedos e atividades que ajudam a desenvolver músculos e coordenação. Além disso, oferecem uma experiência sensorial rica que contribui para o desenvolvimento global da criança.
As alternativas aos andarilhos não apenas evitam os riscos associados, mas também promovem um desenvolvimento mais saudável e natural. O uso de tapetes e parques, por exemplo, cria oportunidades para os bebés fortalecerem os músculos e praticarem habilidades motoras essenciais. Além disso, essas alternativas proporcionam aos pais maior tranquilidade, sabendo que o bebé está em um ambiente seguro e controlado.
Conclusão
Apesar de parecerem uma boa ideia, os andarilhos trazem mais riscos do que benefícios para os bebés. A melhor escolha é usar alternativas seguras e criar um ambiente onde o bebé possa brincar e aprender a andar de forma natural e saudável. Ao optar por estas alternativas, os pais estarão a promover o crescimento equilibrado e a evitar situações que podem comprometer o bem-estar e a segurança dos seus filhos.